quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Rock errou

Antes de qualquer coisa vem a introdução. É sempre bom lembrar que Rock’n Roll é muito mais que um gênero musical. Rock é estilo de vida, filosofia, religião, tudo em alto e bom som.

Agora, vamos aos versos: para acompanhar primos e amigos, acabei indo para uma noitada eclética, dessas que tocam os ritmos musicais da moda e têm cerveja barata - o que é ótimo. Como não é meu principal ambiente de atuação, ativei o modo observação. Funcionou bem. Observei algo interessante.

Fui de camisa rosa, achando que estaria mais enquadrado ao ambiente. Logo reparei que a maioria esmagadora dos presentes usava preto. Tudo bem, pode ser a cor da moda, boa para usar à noite.

Também pude notar o elevado número de pessoas com tatuagens expostas. Além disso, jaquetas de couro e barba cumprida entre os homens era praxe. Muitos cabelos bagunçados de propósito. Fui até no banheiro desajeitar o meu.

Nas mulheres, alargadores, piercings, botas. Subiu ao palco uma dupla sertaneja universitária e um dos integrantes tinha uma guitarra com a madeira intencionalmente danificada. E ele fazia caras e bocas na hora de solar. Até pensei em bater cabeça.

Em lojas de departamento, dessas que vendem roupas quase em escala industrial, existem muitas camisas de bandas clássicas do Rock. E quem compra, nem sempre, sabe do que se trata. Devem achar que Ramones é grife - deveria ser. Let’s go.

Quando foi que se vestir como roqueiro virou moda? Na época da escola, eu transitava entre os amigos do Rock e os populares. A galera rock’n roll, que ficava sempre no canto do pátio, era um pouco renegada por alguns dos famosos do colégio.

Onde eu quero chegar com esse texto? Não quero chegar a lugar nenhum. Isso é uma crônica, não um veículo de transporte. Todavia, é fato que o visual rock’n roll tomou conta de um público que, por muito tempo, o tratou como esquisitice. O Rock in Rio, evento que muita gente quer ir só pelo evento em si, mesmo não sendo fã de nenhuma atração, é uma confirmação disso. E isso já aconteceu em muitos outros casos. Inclusive com o próprio Rock, em décadas passadas, que passou de febre geral a gênero musical de poucos. A humanidade é mesmo previsível e surpreendente, como um bom solo de guitarra.

Acorde final: cada um se veste do jeito que quiser, adota o estilo que achar melhor, é óbvio. O texto é só uma observação.

Nenhum comentário: